Risco de moratória dos EUA assombra economia mundial

WASHINGTON, 21 Jul 2011 (AFP) -O risco de um default dos Estados Unidos, que teria consequências desastrosas, continuava assombrando a economia mundial nesta quinta-feira, na ausência de um acordo para elevar o limite da dívida entre Barack Obama e seus rivais republicanos do Congresso.

A agência de classificação de risco Standard & Poor’s advertiu que as complicadas negociações poderão ter repercussões preocupantes na Europa – que já está submergida em uma crise da dívida – e na América Latina.

Europa e América Latina seriam as duas regiões mais afetadas por uma eventual crise da dívida em Washington, indicou a Standard & Poor’s, em um comunicado intitulado “O bloqueio do teto da dívida dos Estados Unidos poderá ter graves consequências no mundo inteiro, com ou sem acordo”.

“Pensamos que toda tensão suplementar gerada por um bloqueio duradouro nos Estados Unidos provavelmente pioraria uma conjuntura já difícil nos mercados da Europa, levando em conta os consideráveis desequilíbrios do orçamento da Grécia, de Portugal e da Irlanda”, escreveram os analistas da agência.

A Casa Branca informou nesta quinta-feira que “não há avanços a reportar” nas egociações em curso, desmentindo versões sobre um acordo próximo.

“Não há avanços a serem anunciados (…), não estamos perto de um acordo”, disse o porta-voz do presidente Obama, Jay Carney, apesar de considerar que um acordo continua sendo possível 12 dias antes da data limite de 2 de agosto, na qual o país pode ficar em default.

Por sua vez, o presidente da Câmara dos Representantes, o republicano John Boehner, também negou que um acordo esteja próximo, mas seu gabinete completou em um comunicado: “mantemos as linhas de comunicação abertas”.

“O Congresso tem apenas alguns dias, e não semanas, para tranquilizar os mercados sobre o fato de que quando este grande país tem uma dívida, paga, e não dá as costas quando a fatura chega”, disse o líder da maioria democrata, Harry Reid, nesta quinta-feira diante do Senado.

Durante uma entrevista televisiva concedida à KABC de Los Angeles na quarta-feira à noite, Obama reafirmou sua confiança e sua determinação para chegar a uma solução. “Temos a intenção de conseguir”, declarou.

“Escute, se cairmos em default em 2 de agosto, isso ficará parecido com o que aconteceu durante a queda do Lehman, mas com asteróides. Será um apocalipse financeiro”, advertiu nesta semana o economista Larry Summers durante uma conferência, em relação à quebra do banco Lehman Brothers.

Enquanto em Bruxelas os líderes dos países da Zona do Euro, reunidos nesta quinta-feira em uma cúpula de crise, se orientam para um acordo para reduzir a dívida colossal da Grécia, as discussões em Washington se prolongam.

À medida que o tempo passa, Reid e o líder da minoria republicana no Senado, Mitch McConnell, continuam trabalhando em um “plano B”, apesar de os ultraconservadores o rejeitarem.

Esse plano daria a Obama o poder de aumentar em três etapas o limite da dívida antes de 2012. A Casa Branca está de acordo com a elaboração desse plano, apesar de o presidente levar a responsabilidade política do aumento do teto da dívida.

Outras propostas estão sobre a mesa.

As discussões entre o presidente Obama e o presidente republicano da Câmara continuam.

Boehner indicou nesta quinta-feira, durante uma coletiva de imprensa, que seria “irresponsável” para a Casa Branca e o Congresso “não considerar estratégias de auxílio”.

Boehner reconheceu que alguns de seus colegas discordavam de qualquer tipo de compromisso. Mas completou que não pensa “que estes sejam majoritários”.

Para Boehner, a bola está “no campo do presidente”, que deve envolver-se mais nas negociações.

Outro plano concebido por um grupo de seis senadores, tanto democratas como republicanos, conhecidos como “o grupo dos seis”, que prevê reduções de gastos de 3,6 a 3,7 bilhões de dólares em 10 anos, pareceu seduzir vários legisladores e até o presidente.

Com efeito, as medidas propostas têm a vantagem de prever reduções orçamentárias, como desejam os republicanos, e novas receitas fiscais, como reclamam os republicanos, e novas receitas fiscais, como pedem os democratas.

Fonte: G1

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