Nota da dívida dos EUA pode ser rebaixada já em agosto, diz agência

S&P já havia colocado rating em observação na semana passada. Falta de acordo sobre teto da dívida dos EUA pode resultar em moratória.

A agência de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P) advertiu nesta quinta-feira (21) que a nota da dívida dos Estados Unidos pode ser rebaixada já em agosto caso não seja alcançado um acordo para tratar de futuros déficits orçamentários do país.

“Nós vemos uma probabilidade de pelo menos 50% de rebaixarmos a nota de longo prazo em um ou mais pontos nos próximos três meses e potencialmente já no início de agosto – para a categoria ‘AA’ – se concluirmos que Washington não alcançou o que consideramos que seja um acordo crível para tratar de futuros déficits orçamentários”, diz a agência em nota.

Os Estados Unidos têm atualmente a nota “AAA”, que representa uma dívida com as melhores garantias de pagamento. Na semana passada, a agência já havia informado que estava analisando uma possível redução da nota da dívida dos Estados Unidos, diante da paralisia das negociações para se evitar uma eventual moratória.

Moodys
A agência classificadora de risco Moody’s também avalia a possibilidade de baixar a nota da dívida dos Estados Unidos, que atualmente se encontra no melhor patamar possível, em “Aaa”.

Segundo um comunicado da agência, a Moody’s colocou em revisão a nota Aaa atribuída às obrigações do Estado Federal americano para uma eventual redução, tendo em vista a crescente probabilidade de que o limite legal da dívida não seja elevado a tempo.

A agência advertiu no dia 2 de junho que tomaria esta medida até meados de julho se não fosse alcançado um acordo entre os congressistas sobre o incremento do tamanho da dívida, que ainda não saiu.

Corrida contra o tempo
O governo dos Estados Unidos está correndo contra o tempo para não colocar em risco sua credibilidade de bom pagador. Se até o dia 2 de agosto o Congresso não ampliar o limite de dívida pública permitido ao governo, os EUA podem ficar sem dinheiro para pagar suas dívidas: ou seja, há risco de calote.

Em maio, a dívida pública do país chegou a US$ 14,3 trilhões, que é o valor máximo estabelecido por lei. Isso porque, nos EUA, a responsabilidade de fixar o teto da dívida federal é do Congresso.

Credores
Brasil, China, Japão, Reino Unido e os países exportadores de petróleo estão entre os maiores credores estrangeiros que detêm 32% da dívida pública dos Estados Unidos.

Segundo os números do Departamento do Tesouro, a dívida pendente dos EUA somava, no último dia 30 de junho, US$ 14,3 trilhões, dos quais US$ 4,6 trilhões eram “pastas intergovernamentais” e US$ 9,7 trilhões eram dívidas nas mãos do público.

Os EUA devem somente ao Brasil a quantia de US$ 187 bilhões. O maior credor do país é a China, com US$ 1,1 trilhão, seguida pelo Japão com US$ 882,3 bilhões, o Reino Unido com US$ 272,1 bilhões e os exportadores de petróleo com US$ 211,9 bilhões.

Outros grandes detentores de bônus e títulos da dívida americana são os bancos radicados no Caribe, que acumulam títulos no valor de US$ 169 bilhões, Taiwan com US$ 155 ilhões, Rússia com US$ 151 bilhões, Hong Kong com US$ 135 bilhões e Suíça com US$ 107 bilhões.

Fonte: G1

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